Nereu (em grego: Νηρεύς, transliteração Nêreús, de νέειν, néein, "nadar"), na mitologia grega, é um deus marinho primitivo, representado como um personagem idoso – o velho do mar.
É filho de Ponto e de Gaia. Desposou a oceânide Dóris e foi pai de cinquenta filhas, as nereiades, e de um filho, Nérites. O seu reino é o Mediterrâneo, e mais particularmente, o Egeu. É conhecido por suas virtudes e por sua sabedoria. Píndaro celebra sua justiça benfazeja, daí seus epítetos "verídico", benfazejo", "sem mentira nem esquecimento".
Tem o dom da profecia e, como outras divindades, pode mudar de aparência. Ajudou vários heróis, como Héracles, que sempre conseguia descobri-lo, mesmo quando mudava de forma.
Nereu é representado em obras de arte, assim como outros deuses dos mares, com um tridente e algas, que representam o seu cabelo e a sua barba. Parece ser a personificação do deus do mar anterior a Poseidon, quando Zeus destronou Cronos.
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Os óreas ou oúreas (em grego: Oὔρεα, de οὔρος, ou ὄρος, "montanha"), na mitologia grega, eram os deuses das montanhas, filhos de Gaia (a Terra) sem pai, e portanto irmãos de Urano (o Céu) e Ponto (o Mar). Os antigos gregos acreditavam que cada montanha possuía uma divindade que era denominada de acordo com sua própria montanha, por exemplo:
- Atos (Άθως) — montanha da Trácia (norte da Grécia).
- Cilene (Κυλλήνη) — montanha da Arcádia, local do nascimento de Hermes.
- Citerão (Κιθαιρών) — grupo montanhoso da Beócia (centro da Grécia).
- Dicte (Δίκτη) — montanha da ilha de Creta, local do nascimento de Zeus.
- Etna (Αἴτνη) — o vulcão da ilha de Sicília.
- Hemo (Αἷμος) e Ródope (Ροδόπη) — duas montanhas da Trácia.
- Hélicon (Ἑλικών) — montanha da Beócia, que competiu com Citéron.
- Ida (Ίδη) — duas montanhas, uma localizada na ilha de Creta e outra na região de Troia.
- Nisa (Νύσα) — montanha da Beócia que criou Dionísio.
- Olimpo (Όλυμπος) — morada dos deuses olímpicos e a montanha mais alta da Grécia, situada na Tessália
- Ótris (Όθρυς) — montanha em Malis (sul da Tessália); a montanha foi usada pelos titãs na Titanomaquia
- Parnes (Πάρνης) — montanha da Beócia.
- Parnaso (Παρνασσός) — montanha no centro da Grécia, consagrado a Apolo e morada das Musas.
- Tmolos (Τμώλος) — montanha da Lídia (em Anatólia)
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Ponto ou Póntos (em grego: Πόντος, transl.: Póntos, "alto-mar"), na mitologia grega, era a divindade do mar aberto, ou seja, das profundezas do mar.
Segundo Hesíodo em sua Teogonia, tal como Urano e os Oreas, Ponto nasceu por partenogênse de Gaia, a Terra, ou seja, Gaia gerou Ponto por si própria. Já Higino afirmou que Ponto é filho de Terra com Coelum (nome romamo de Urano).
Com Gaia, Ponto gerou o velho do mar Nereu, as maravilhas do mar, Taumas, os aspectos perigosos do mar, Fórcis e sua irmã e esposa Ceto, e a fúria do mar, Euríbia. Com Tálassa, foi pai dos Telquines.
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Urano (em grego: Ουρανός, transl.: Ouranós, lit. "o que cobre" ou "o que envolve"), na mitologia grega, era a divindade que personificava o céu. A etimologia possivelmente tem origem no vocábulo sânscrito que origina o nome de Varuna, deus védico do Céu e da Noite. Sua forma latinizada é Uranus. Foi gerado espontaneamente por Gaia (a Terra) e casou-se com sua mãe. Ambos foram ancestrais da maioria dos deuses gregos, mas nenhum culto dirigido diretamente a Urano sobreviveu até a época clássica, e o deus não aparece entre os temas comuns da cerâmica grega antiga. Não obstante, a Terra, o Céu e Estige podiam unir-se em uma solene invocação na épica homérica.
Urano tem vários filhos (e irmãs), entre os quais os titãs, os ciclopes e os hecatônquiros (seres gigantes de 50 cabeças e 100 braços). Ao odiar seus filhos, mantém todos presos no interior de Gaia, a Terra. Esta então instigou seus filhos a se revoltarem contra o pai. Cronos, o mais jovem, assumiu a liderança da luta contra Urano e, usando uma foice oferecida por Gaia, cortou seu pai em vários pedaços. Do sangue de Urano que caiu sobre a terra, nasceram os Gigantes, as Erínias e as Melíades.
A maioria dos gregos considerava Urano como um deus primordial (protogenos) e não lhe atribuía filiação. Cícero afirma, em De Natura Deorum ("Da Natureza dos Deuses"), que ele descendia dos antigos deuses Éter e Hemera, o Ar e o Dia. Segundo os hinos órficos, Urano era filho da noite, Nix.
Seu equivalente na mitologia romana é Caelus ou Coelus - do qual provém cælum (coelum), cujo a forma aportuguesada é céu.
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Nix (em grego: Νύξ, transl.: Nýx, lit. "Noite"), na mitologia grega, é a personificação da noite. Uma das melhores fontes de informação sobre essa deusa provém da teogonia de Hesíodo. Muitas referências são feitas a Nix naquele poema que descreve o nascimento dos deuses gregos. A Noite desempenhou um papel importante no mito como um dos primeiros e mais poderosos seres a vir à existência.
Hesíodo afirma que Nix é filha do Caos, sendo a segunda criatura, seguida de seu irmão gêmeo Érebo, a escuridão, a emergir do vazio, logo depois surgem Gaia, a mãe Terra, Tártaro, as trevas abismais, Eros, o amor da criação, que são considerados irmãos de Caos. Dessas forças primordiais sobreveio as outras das divindades gregas.
Em sua Teogonia, Hesíodo também descreve a residência proibida da Noite:
“Lá também está a melancólica casa da Noite;
nuvens pálidas a envolvem na escuridão; Antes delas, Atlas se porta, ereto, e sobre sua cabeça, com seus braços incansáveis, sustenta firmemente o amplo céu, onde a Noite e o Dia cruzam um patamar de bronze e então aproximam-se um do outro.”
Nix é a patrona das feiticeiras e bruxas, é a Deusa dos segredos e mistérios noturnos, rainha dos astros noturnos. Nix é cultuada por bruxas e feiticeiras, que acreditavam que ela dá fertilidade à terra para brotar ervas encantadas. Também se acreditava que Nix tem total controle sobre vida e morte, tanto dos homens como dos Deuses. Homero se refere a Nix com o epíteto "A domadora dos Homens e dos Deuses", demonstrando como os outros Deuses respeitavam-na e temiam esta poderosíssima Deidade.
Nix, assim como Hades, possui um capuz que a torna invisível a todos, assistindo assim ao universo sem ser notada. Foi Nix que colocou Hélio entre seus filhos (Hemera, Éter e Hespérides), quando os outros Titãs tentaram assassiná-lo. Zeus tem um enorme respeito e temível pavor de Nix, a Deusa da Noite, Os filhos de Nix são a Hierarquia em poder para os Deuses, sua maioria são divindades que habitam o mundo subterrâneo e representam forças indomáveis que nenhum outro deus poderia conter. Em uma versão, as Erínias são as filhas de Nix (Ésquilo).
Nix aparece ora como uma Deusa benéfica que simboliza a beleza da noite, ora como a cruel Deidade que amaldiçoa e castiga com terror noturno (Hécate e Astéria). Nix é também uma Deusa da Morte, a primeira rainha do mundo das Trevas. Tem também dons proféticos, e foi ela quem criou a arma que Gaia entregou a Cronos para destronar Urano. Nix conhece o segredo da imortalidade dos deuses, podendo tirá-la e transformar um deus em mortal, como fez com Cronos, após este ser destronado por Zeus.
Algumas vezes, a exemplo de Hades, cujo nome evitava-se pronunciar, dão a Nix nomes gregos de Eufrone e Eulalia, isto é, Mãe do bom conselho. Há quem marque o seu império ao norte do Ponto Euxino, no país dos Cimérios; mas a situação geralmente aceita é na parte da Espanha, a Hespéria, na região do poente, perto das colunas de Hércules, limites do mundo conhecido dos antigos.
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Érebo ou Érebos (em grego: Ἔρεβος, transl.: Érebos, "trevas" ou "escuridão") é, na mitologia grega, a personificação das trevas e da escuridão. Tem seus domínios demarcados por seus mantos escuros e sem vida, predominando sobre as regiões do espaço conhecidas como "Vácuo" logo acima dos mantos noturnos de sua irmã Nix, a personificação da noite.
Érebo era filho de Caos. Érebo juntamente de sua irmã gêmea, Nix, a personificação da noite, nasceram de cisões assim como se reproduzem os seres unicelulares; a partir de partes de Caos, Érebo e Nix passam a ser os mais velhos imortais do universo, logo após seu pai.
Érebo desposou Nix, gerando mais dois deuses primordiais: o Éter (a Luz celestial) e Hemera (o Dia).
Assim como a irmã, era capaz de tirar a imortalidade dos deuses. Érebo é o próprio universo, senhor dos cosmos e dos buracos negros. Hoje, entretanto, é uma potência esquecida. Está encarcerado no Tártaro. No passado, pretendia libertar, sozinho, os titãs aprisionados pelos olimpianos logo após a Titanomaquia, entretanto caiu em uma emboscada armada pela irmã. Zeus, Hades e Nix, tementes do poder do grande deus primordial e do possível retorno dos titãs, o impediram; os três, unidos, cada um se valendo de seus poderes únicos, jogaram Érebo no rio infernal Aqueronte, o rio da morte. Depois, encaminharam o corpo fragilizado do inimigo para o Tártaro, única prisão capaz de detê-lo.
É conhecido por ser um dos maiores inimigos de Zeus. Conta-se que os titãs pediram socorro a Érebo e pessoalmente o primórdio desceu até o Tártaro para libertar os filhos de Gaia, porém foi surpreendido por Zeus e Hades que tiveram a ajuda de Nix para lançar Érebo nas profundezas do rio Aqueronte, a fronteira dos dois mundos.
Na medida em que o pensamento mítico dos gregos se desenvolveu, Érebo deu seu nome a uma região do Hades, por onde os mortos tinham de passar imediatamente depois da morte para entrar no submundo. Após Caronte tê-los feito atravessar o rio Aqueronte, entravam no Tártaro, o submundo propriamente dito.
Além de Éter e Hemera, Érebo teve com Nix outros filhos. Não se tratavam de verdadeiros e próprias divindades, mas de personificação de abstrações, entre as quais:
- Tânato - a morte
- Hipno - o sono, gêmeo de Tânato
- Oniro- o sonho
- Momo - o sarcasmo, expulso do Olimpo por ter criticado asperamente Zeus e a ternura
- Nêmesis - a vingança
- Moros - o destino
- Gera - a velhice
- Apate - o engano
- Éris - a discórdia
- Queres - a morte violenta
- Oizus - a miséria
- Filotes - amizade
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O Tártaro (em grego: Τάρταρος, transl.: Tártaros), na mitologia grega, é personificado por um dos deuses primordiais, nascidos a partir do Caos (apesar de alguns autores o considerarem irmão de Caos). Suas relações com Gaia geraram as mais terríveis bestas da mitologia grega, entre elas o poderoso Tifão.
Assim como Gaia é a personificação da Terra e Urano a personificação do Céu, Tártaro é a personificação do Mundo Inferior. Nele estão as cavernas e grutas mais profundas e os cantos mais terríveis do reino de Hades, o mundo dos mortos, para onde todos os inimigos do Olimpo são enviados e onde são castigados por seus crimes. Lá os titãs são aprisionados por Zeus (Júpiter), Hades (Plutão) e Poseidon (Netuno) após a Titanomaquia.
Na Ilíada, de Homero, representa-se este mitológico Tártaro como prisão subterrânea 'tão abaixo do Hades quanto a terra é do céu'. Segundo a mitologia, nele são aprisionados somente os deuses inferiores, Cronos e outros titãs, enquanto que os seres humanos, são lançados no submundo, chamado de Hades.
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